Era difícil acreditar
que tudo acabara, que aquele encontro a tarde fora a despedida, que não mais
veriam um ao outro, que seus corpos não mais se uniriam, que seus cheiros e líquidos
não mais se misturariam...
Aquele apartamento
parecia enorme sem a presença dele, as paredes parecia sufoca-la, a vontade que
tinha era de gritar que não, que não podia ser o fim, que ela necessitava da
presença dele, mesmo que não fossem diárias, mas os encontros furtivos a
alimentavam de forças para a espera de mais uma tarde em seus braços.
Lágrimas rolavam pelo
seu rosto descontroladamente numa resposta a certeza de que dessa vez era pra
sempre, ele lhe deu as costas e partiu, com a desculpa de que precisava seguir
com seus planos e projetos longe dali...
De repente toca a
campainha, seu coração se enche de esperança, ele voltara, desistira de sair da
cidade, ao abrir a porta, era só o zelador com uma caixa que ele deixara na
portaria para ela, com o coração sangrando ela revive cada momento ao lado
dele, em cada objeto, cada bilhete daquela caixa era uma memória viva dos anos
que conviveram e que se amaram.
Ela adormece em meio a
lembranças e recordações, no sofá da sala, o sono leve e conturbado pelos
momentos passados faz com que ela o imagine ao seu lado, o cheiro dele inebria
toda sala, embora seu inconsciente saiba ser um sonho, ela pode tocá-lo, sentir
o seu corpo quente, soluçando ela o abraça, ele voltara, ele estava ao seu
lado, em desespero seus lábios procuram os dele, numa avassaladora urgência por
senti-lo, o gosto doce dos seus lábios a fascinam fazendo com que o beijo passe
de calmo a devastador, quebrando todas as barreiras do que ela imaginara que
não mais aconteceria.
Ele abraçou-a com mais força, os lábios roçando de
leve as pálpebras, as maçãs do rosto antes de alcançar-lhe os lábios, seu
coração batia violentamente.
O corpo dele comprimiu-se ainda mais contra o dela
apertando-a de encontro ao sofá. Incapaz de se mover, ela resolve apostar nesse
sonho e entregar-se ao desejo tão evidente entre eles naquele momento
Quando seus lábios se encontram novamente e a
língua dele penetra-lhe a boca ela ergue os braços enlaçando-o pelo pescoço.
Algo incontrolável a impelia para ele, fazendo com que todo o seu ser sentisse,
não só desejo, mas a necessidade do contato daquele corpo musculoso e viril que
a apertava com seu peso contra o sofá. Ele apertou ainda mais o corpo
contra o dela e tornou a inclinar a cabeça, no instante seguinte, sua boca
ardente descia sobre a dela, num beijo firme.Continua...
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1 Sentiram na Pele:
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